Roteiro repetido, de final conhecido e feliz para um Flamengo que venceu e convenceu diante do Vasco em São Januário. Não por um futebol encantador, mas pela competitividade de quem vai disputar até o fim o título do Brasileirão.
O Flamengo cresceu, ganhou corpo. Um Flamengo diferente do campeão em 2019, mas ainda muito forte. E as três vitórias consecutivas com características parecidas deixam isso claro.
O Vasco foi vítima de um rival frio e maduro, mesmo nos piores momentos dentro de 90 minutos. O Flamengo mais uma vez demorou para pegar no tranco, como aconteceu diante de Athletico-PR e Sport, mas não se desesperou e manteve a convicção de quem parecia saber que a vitória aconteceria nem que fosse na marra. E foi.
Contra Athletico e Sport, o time de Dome voltou muito melhor no segundo tempo, atropelou e construiu as vitórias com certa facilidade. No clássico com o Vasco não foi assim. Até porque, saiu perdendo no primeiro tempo.
O gol de Talles Magno logo no início expôs antigos problemas de ajustes na defesa. Por mais que Bruno Henrique tenha errado o passe no meio, Cayo Tenorio percorreu muito campo e com muito espaço até servir o companheiro já dentro da área.
Filipe Luís não matou a jogada e Léo Pereira, que entrou no lugar do elogiado Natan, demorou muito para fazer a cobertura. O lateral do Vasco teve espaço de sobra para levantar a cabeça e dar a assistência.
Se defensivamente faltava ajuste, ofensivamente a carência de criatividade sem Ribeiro e Arrascaeta é inegável. Gerson aberto pela direita tentou muito, mas funcionou pouco, e a etapa inicial rubro-negra foi de chutes de fora e bolas levantadas. Pouco.
O repertório não mudou muito na volta do intervalo, mas o Flamengo se impôs mais. O gol de empate de Léo Pereira deu ainda mais confiança ao time e deixou o Vasco acuado.
O Flamengo pressionou e conseguiu a virada em lançamento de Thiago Maia que Bruno Henrique contou com falha de Fernando Miguel para fazer o gol. Uma virada na base do volume de jogo e com pedra cantada por Dome, como revelou Diego.
O Flamengo maduro e competitivo soube ainda sofrer (definição da moda no futebol) nos minutos finais. Segurou a pressão do Vasco e conquistou uma vitória maiúscula.
Maiúscula por ser clássico, por ser na casa do maior rival, por ser na marra mesmo sem jogar bem, por ser a terceira consecutiva. O Flamengo definitivamente aprendeu que, seja como for, o importante é vencer.